eReginae-0237

Compromisso do Hospital dos Inocentes de Santarém

Código corpuseReginae-237
Data cronológica1321/12/12
LocalidadeSantarém
SumárioD. Isabel e D. Martinho, Bispo da Guarda, instituem um hospital em Santarém para protecção de crianças engeitadas.
ArquivoArquivo Nacional da Torre do Tombo
CotaANTT, Feitos da Coroa, Núcleo Antigo, f. 132v-134
Transcritor/aPedro de Sousa
Editor/a 1Susana Tavares Pedro
EdiçõesSILVEIRA, Luís, Os três poderes de uma causa pia na Idade Média Portuguesa: o exemplo do Hospital dos Inocentes de Santarém, Dissertação de Mestrado em Estudos Medievais/Estudos Sobre o Poder apresentada à Universidade Aberta, Universidade Aberta, 2009, Apêndice 2, pp. 17-19.
ObservaçõesPública-forma feita em Santarém, 17 de Abril de 1415.

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Segue sse O compremisso Jn Nomine domini amem. Saibham todos os que estes estormentos virem que na era de mill & quatrocemtos & cimquoemta & tres annos dezasete dias do mes d abrill em sanctarem demtro na torre da porta de mancos homde fazem a Rollaçam seemdo hy lopo diaz vassallo d el Rey E Juiz por ell na dicta villa. presemte mym pedr eannes taballiam por o dicto Sennhor Rey em a dicta villa. & testemunhas adiamte scpriptas. o dicto lopo diaz que a ell era dicto & ell era dello certo que o ospitall dos Jnnocentes que he hedificado na dicta villa. ha soma de beens de Raiz que sam em a dicta villa & termo & em outros lugares. Os quaaes beens eram dados a allguũas pessoas d emprazamentos & arremdamentos E que os conctractos desto ficauam & eram em poder dos moordomos que pollos tempos eram do dicto ospitall. E que per aazo desto os dictos beens se enlheauam em outras pessoas & nam sabiam os moordomos que pollosSinal geral escusado. tempos eram os beens homde eram & as comfromtaçoões delles E que por aazo dello se sseguia grande perda & dapno ao dicto ospitall. Porem o dicto Juiz disse que comssijramdo elle como se esto milhor podia fazer E por proll do dicto ospitall, mandou a mym taballiam & deu sua autoridade hordinaria que trelladasse o compremisso do dicto ospitall & escprituras que a ello pertencem em este liuro E tornasse em pubrica forma so meu signall. damdo me logo o dicto Juiz o compremisso do dicto ospitall & huũa soma de escprituras que pertencem ao dicto ospitall que taaes sam., Em Nome de deus Amem. Porque he cousa sabuda & certa que praz a deus quando os homees que sam sas feituras lhe sam conhecedores do bem E da mercee que lhis ele faz. Porem Nos Reynha dona isabell E martinho pella mercee de deus E da sancta igreia de Roma bispo da guarda. Conhecemdo a deus asy como nos podemos. o bem & a mercee que nos sempre fez sem nosso miricimento trazemdo nos do estado pequeno em que nos heramos a gramde estado & homrra com Riquezas como nos elle trouxe E como quer que os homeens per todo seu poder & saber nam podiam conhecer a deus quamto bem lhis faz. E pero trabalhar sse deue cada huun em seu estado de lhe conhecer & seruir segundo seu saber & poder alguũa parte do bem que lhis fez. Poremde nos emtendemdo que em nenhuũa cousa nam podiamos tamto seruir a deus como fazer bem & acrecemtamento & mantijmento aa linhagem dos homeens que ell criou para seu serujço outrossy emtendemdo que he muy bem empregada a esmolla em aquell que per nenhuũa guisa nam pode gaanhar nem auer homde viua Poremde cuydamos em nossos coraçoões de fazer com a aJuda de deus. E d el Rey huun ospitall na uilla de sanctarem. aa porta de leirea a que demos & damos nossas herdades & vinhas & casas & oliuaaes & outras possissoões que compramos que foram d acemço moniz & doutros salluo que mandamos que os que este ospitall ouuerem de veer que dem em cada anno dez alqueires d azeite ou vinte alqueires de dous em dous annos aa igreia de sancta maria d abade do dicto bispo para alumiar hij quatro lanpadas E o uigairo dessa igreia em vijr por elle aa custa de sancta maria d abade E queira deus que aJmda hij mais acrecemtaremos pera se criarem hij mininos & emgeitados E pera camtarem hij dous capellaaes pera todo sempre huũa missa de dia quall acaeçer E outra de Requiem E diram toda llas oras compridamente por nossas almas E do dicto Rey don donis E por aquelles que nos fezeram bem & aJuda E por todos outros que aJuda fezeram & fezerem a esse ospitall E em cada huũa dessa missas façam commemoraçom por nos & por todo llos desuso dictos E mandamos que a cadaFoi apagada uma cedilha por baixo do "c". huun desses capellaaes dem cad anno para seu mantijmento cinquoemta liuras E que lhes nam minguem desto nada E mandamos que do all que ficar desse ospitall da rremda delle que se criem hij mininos & mininas engeitadas quamtos se hy poderem criar bem. E entendemos por mininos & mininas engeitadas. aquelles que alguũas molheres comceberam E tamto que os parem com medo & com vergomça ou outros seos gramdes pecados queremdo ante perder as almas que lhi lo saberem & mandam nos deitar pellas augoas & pellas carreiras & pellas carcouas & pollos Rios & em outros lugares hu os nam possam achar senam de uemtura. E asy se perdiam as allmas suas & daquelles que asy deitauam que morriam sem baptismo., destes taaes asy emgeitados mandamos quamtos emde adusserem a este nosso ospitall que os crieem hij E os mantenham asy como deJuso sera dicto. segundo quamto os beens & as esmollas do ospitall os poderem manteer E os filhos dos outros pobres que sas madres amdam per as portas & pellas albergarias & os outros pobres cauooes que criam com sas molheres por sa lazeira estes taaes nam mandamos nos emde hij Receber nenhuum. mas. Recebam nos nas albergarias como teuerem por bem., ca dez tamtos sam os filhos dos pobres de sanctarem & de seu termo ca os filhos dos Ricos E o comcelho de sanctarem nam podia manteer ospitall em que se todos estes pobres criassem demais estes que nos mandamos Receber pera criar. mandamos llos hij manter & dar a mester atee que per sy possam guarecer E esto passara ante por dez ou doze annos de cada huum E pera taaes emgeitados asy como desuso dicto he., Mandamos nos fazer o ospitall E asy he nossa uomtade de se fazer & nam pera outros E depois que forem bem criados mandamos que os façam bem ensignar a mesteres aa custa do ospital como emtenderem nos moços e nas moças que lhis seia mais comuijnhauill. E depois que forem em tall estado que per seus mesteres possam viuer vaão sse aa boa vemtura. E emquanto forem pequenos que lhes cumpram amas dem lhas E a elles & a ellas dem o que fezer mister pera sa criançia. Outrossy mandamos que mantenham sempre a capella de liuros & vistimentas. & calezes E das cousas que hij forem mester em na nossa uida. quamto deus teuer por bem que seJa faremos nos esto manteer E des que nos bispo da guarda morrermos. mandamos quanto em nos he que o aJa de veer & poer hij quem o procure E emderençe & mantenha. a Reynha dona isabell nossa Senhora que hij geitou a primeira pedra no fundamento E o aJudou & aJuda a fazer E fez hij & fara aJuda & bem & mercee por sa allma pera auer parte & quinham no bem que se hi fezer Ca ella foy & he gramde aJudador pera se fazer hy & fumdar esse ospitall. Ca auia gram doo & gram pesar no coraçam das criaturas que se perdiam E polla piedade que lhes ouue com aJuda de deus. & com a sua fez ella & nos Este ospitall E depos morte da dicta Reynha mandamos & outorgamos que os homeens boons & o comcelho de sanctarem. salluo que numca hij aJa cauaLeiro nem filho d allguo nenhuum que vier o façam manteer E se per uentura o comselho a esto nam quisesse bem parar mentes em fazer comprir asy como o nos hordinhamos. Teemos por bem & mandamos que o bispo de lixboa o faça comprir Outrossy teemos por bem que esse comcelho meta hij homem boom & de boa vida por ospitalleiro que faça criar & emsignar os moços E este ospitalleiro façan lhe dar sua mantença per que se possa hij manteer comunallmente E este se for tall procure os beens do ospitall. E se nam mandamos que ponham hij dous homeens boons em cada huum anno que aJam de veer & procurar & rrecadar os fruitos & as rremdas & herdades & possissoões do ospitall E que dem aos capellaaes & ospitalleiro pera criança dos moços & das moças & sua delles o que ouuer mester como dicto he E quamdo esses moordomos meterem façam nos Jurar sobre os sanctos euangelhos que bem & direitamente guardem & procurem & defendam o ospitall & seus beens & sas cousas E que nam em alheem nem comssemtam que se em alhee nenhuũa cousa das possissoões do dicto ospitall E dem cad anno a cada huum desses moordomos o que virem que compre por seu trabalho da rremda desse ospitall. E acabado o annoSinal geral escusado. se o hospitalleiro nam pode procurar os beens desse ospitall metam outros moordomos como dicto he E os que emtrarem com dous homeens boondo comcelho tomem comto & rrecado dos outros que sairem E se por uentura o ospitalleiro for tall que o aJa de procurar & de veer. de. cad ano comto do que receber & despemder a dous homeens boons do comcelho asy como fariam os moordomos se os hij ouuesse. E o concelho de sanctarem lhes faça auer delles comto & rre cado & emtrega daquello por que ficarem E mantheudo o ospitall asy como desuso he hordinhado. se allguũa cousa sobeJar das rremdas & das esmollas. mandamos que os moordomos ou ospitalleiro se tall for com comsselho E per mandado dos homeens boons. do comcelho de sanctarem Saluo que os caualleiros nem filho d allguo. nenhuum nam aJam hij que veer que metam aquello que sobeJar em compra d alguũas herdades & possissooes pera o ospitall ou em benffeitoria & mantijmento delle E mandamos que os que forem caualleiros nam seJam hy comsselhadores nem aJam hij d adubar nada aJmda que seJam aluazijs da uilla nem que aJam outros oficios d el Rey. Ca nam he nossa uontade que hij caualleiro nem filho d allguo nenhuum aJam de ueer nada., salluo os homeens boons vizinhos dessa villa. E pidimos por mercee a el Rej em Remijmento de ss allma que faça guardar & coutar que numca em este ospitall homem do mumdo faça pousada E ell seia quinhoeiro em quamto bem se em este ospitall fezer asy como nos E se pella mercee de deus E aJuda d homeens tamto creçer os beens desse ospitall per que mantheudas as cousas desuso dictcas E se podessem manteer seis ou oyto atee doze pobres vergonçosos. mantenham nos. naquelle paaço que nos fezemos que comam hij emseembra E dormam hij emseenbra damdo lhes leitos em que dormam & de vistir cad anno como milhor poderem E se per uemtura hij nam poderem manteer pobres vergonçosos faça sse do paaço o que for prol do ospitall segumdo hordenarem aquelles que o ouuerem de veer, todauia nossa vomtade era de se manteerem hij homeens pobres vergonçosos quamtos se poderem manteer., E fiamos de deus. que tamto acreçemtara os beens do ospitall. per que se hij mantenham., E por esta hordenança seer firme pera sempre Nos Reynha dona isabell E martinho bispo da guarda desuso dictos fezemos emde fazer esta carta de hordenança E mandamos hij poer nossos seellos feita em santarem doze dias de dezembro Era de mill & trezemtos & cinquoenta & noue annos,. testemunhas pero boom E dioguo fernan dez godinho E lopo afomsso mercadores vereadores do concelho da dicta villa E Rodrigu eanesSinal geral escusado. scriuam do comcelho da dicta villa. E outros E eu pedr eanes taballiam sobredicto que per a sobredicta autoridade per o dicto Juiz a mym dada o dicto compremisso trelladey & escreuy em este liuro E aquy meu signall fiz que tall he., E aJumtados asy aquy a este tombo. Este compremisso com a midiçam. E comfromtaçoões dos beens E eramças do dicto ospitall dos Jnnocemtes como dicto he O lecemceado dioguo pirez do desembarguo do dicto Sennhor E seu desembargador com tod allçada em todos seus Regnos nas cousas dos ospitaaes capeellas albergarias comfrarias gafarias horphaãos Resijdoos. beens E Remdas dos comcelhos E com tod allçada nos feitos Crimes. por Ja a este tempo o dicto bacharell Joham vaasquez. seer fallecido da uida deste mundo. Mandou que fossem feitos dous tombos conuem a saber huum para seer posto na cammara desta uilla de sanctarem cuJa he a ministraçam do dicto ospitall & casa dos Jnnocemtes. E outro pera seer leuado aa torre do tombo da cidade de lixboa segundo hordenança do dicto Sennhor., Ambos de huumSinal geral escusado. theor. E este he pera seer leuado aa dicta torre. asignados per elle E o que ha de star na cammara aseellado com o seello do dicto Sennhor que anda neesta allçada. E eu Joham diazSinal geral escusado. escudeiro da casa do dicto Sennhor & pubrico notairo pera os dictos tombos em todos seus rregnos que esto screuy E aquy meu pubrico signall fiz que tall he.,. [sinal de tabelião] o Licemceado pirez

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